quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Obesidade, nediez ou pimelose é uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade.
Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é visto, cada vez mais, como um sério e crescente problema de
saúde pública: excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença cardiovascular, diabetes tipo 2 e osteoartrite.
Classificação
A obesidade pode ser definida em termos absolutos e relativos. Na prática, a obesidade é avaliada em termos absolutos pelo IMC (
índice de massa corporal) e também pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão entre as circunferências da cintura e do quadril. Além disso, a presença de obesidade deve ser avaliada enquanto factor de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem aumentar o risco de complicações.

Obesidade ligada aos centros de prazer do cérebro
Uma activação demasiado fraca dos centros de prazer no cérebro pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade. Segundo um estudo de uma equipa norte-americana de cientistas, as pessoas com excesso de peso podem ter uma capacidade inferior de sentirem prazer quando comem, o que as pode levar a comer mais para obterem satisfação.
Eric Stice, psicólogo da Universidade do Texas e principal autor do estudo, afirma que trabalhos recentes indiciavam a existência de uma ligação entre os centros de prazer e a obesidade, mas o novo estudo colocou pela primeira vez em evidência este dado biológico.O trabalho, publicado na revista Science, envolveu investigadores da Universidade do Texas, cientistas do Oregon Research Institute e neurocientistas da Escola de Medicina da Universidade de Yale, em Connecticut. O grupo recorreu à ressonância magnética funcional para examinar a extensão da activação dos receptores de prazer em jovens mulheres quando estas ingeriram um batido de chocolate e, como oposto, uma solução sem sabor.
As participantes foram submetidos a testes, para detectar a presença de uma variante genética ligada a um menor número de receptores de dopamina (neurotransmissor emitido por células nervosas que promove a sensação de prazer), e monitorizados durante um ano, medindo o índice de massa corporal.Comer desencadeia a produção de dopamina. Segundo Eric Stice, que estuda a obesidade e as disfunções alimentares há mais de 20 anos, “esta investigação revela que as pessoas obesas podem ter menos receptores de dopamina nos seus cérebros, o que as leva a comer mais para compensarem o défice de prazer”.Um primeiro estudo visou 43 estudantes, entre os 18 e os 22 anos, com um IMC médio de 28,6. Foi também acompanhado um segundo grupo de 33 adolescentes, entre os 14 e os 18 anos, com um IMC médio de 24,3. As participantes com IMC mais elevados registavam, ao fim de um ano, as respostas mais fracas dos seus centros de prazer no cérebro e possuíam também a variante genética responsável pela redução da produção de dopamina.·“Apesar de as pessoas com menor sensibilidade no circuito de recompensa correrem um risco mais elevado de ganharem peso, alterar o modo de vida, fazendo mais exercício, ou cumprir tratamentos farmacológicos, poderá corrigir este défice de recompensa, prevenindo ou tratando a obesidade”, vincou o investigador.
IMC
O índice de massa corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular
obesidade.
Ele foi desenvolvido por
Lambert Quételet no fim do século XIX. Trata-se de um método fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada pessoa.
Método de cálculo
A fórmula para o IMC de alguém é a seguinte:
Onde a
massa está em quilogramas e a altura está em metros.
O resultado é comparado com uma tabela que indica o grau de obesidade do indivíduo.

A anorexia

A doença atinge 20% dos adolescentes em todo o mundo. A maioria dos anorécticos pertence as classes média e alta.

Saiba mais sobre a doença. Conheça os sintomas e a cura possível
Essencialmente é o comportamento persistente que uma pessoa apresenta em manter seu peso corporal abaixo dos níveis esperados para sua estatura, juntamente a uma percepção distorcida quanto ao seu próprio corpo, que leva o paciente a ver-se como "gordo".
Apesar das pessoas em volta notarem que o paciente está abaixo do peso, que está magro ou muito magro, o paciente insiste em negar, em emagrecer e perder mais peso. O funcionamento mental de uma forma geral está preservado, excepto quanto a imagem que tem de si mesmo e o comportamento irracional de emagrecimento.
O paciente anoréctico costuma usar meios pouco usuais para emagrecer. Além da dieta é capaz de submeter-se a exercícios físicos intensos, induzir o vómito, jejuar, tomar diuréticos e usar laxantes. Aos olhos de quem não conhece o problema é estranho como alguém "normal" pode considerar-se acima do peso estando muito abaixo. Não há explicação para o fenómeno mas deve ser levado muito a sério pois 10% dos casos que requerem internação para tratamento (em hospital geral) morrem por inanição, suicídio ou desequilíbrio dos componentes sanguíneos.
Tipos de Anorexia Nervosa:
Os seguintes subtipos podem ser usados para a especificação da presença ou ausência de compulsões periódicas ou purgações regulares durante o episódio actual de Anorexia Nervosa
* Tipo Restritivo. Neste tipo a perda de peso é conseguida principalmente através de dietas, jejuns ou exercícios excessivos. Durante o episódio actual, esses pacientes não se desenvolveram compulsões periódicas ou purgações.* Tipo Compulsão Periódica/Purgativo. É quando o paciente se envolve regularmente em compulsões de comer seguidas de purgações durante o episódio actual de anorexia. A maioria dos pacientes com Anorexia Nervosa que comem compulsivamente também faz purgações mediante vómitos auto-induzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou edemas. Alguns pacientes incluídos neste subtipo não comem de forma compulsiva, mas fazem purgações regularmente mesmo após o consumo de pequenas quantidades de alimentos. Aparentemente, a maior parte dos pacientes com o Tipo Compulsão Periódica/Purgativo dedica-se a esses comportamentos pelo menos 1 vez por semana. Neste caso a paciente transfere seu medo de engordar, adquirido na fase oral, para a região anal. Os vómitos seguidos destroem a flora estomacal e o uso indiscriminado de laxantes, a flora intestinal.
Comparados os dois grupos, os pacientes com Anorexia Nervosa, Tipo Restritivo, são menos graves e têm melhor prognóstico que aqueles com o Tipo Compulsão Periódica/Purgativo. Esses últimos estão mais propensos a ter outros problemas de controlo dos impulsos, a abusarem de álcool ou outras drogas, a exibirem maior instabilidade do humor e a serem sexualmente activos.
Como é o paciente com anorexia?
O paciente anoréctico só se destaca pelo seu baixo peso. Isto significa que no seu próprio ambiente as pessoas não notam que um determinado colega está doente, pelo seu comportamento. Mas se forem juntos ao restaurante ficará evidente que algo está errado. O paciente com anorexia não considera seu comportamento errado, até recusa-se a ir ao especialista ou tomar medicações.
Como não se considera doente é capaz de falar desembaraçadamente e convictamente para os amigos. Os pacientes com anorexia podem desenvolver um paladar estranho ou estabelecer rituais para a alimentação. Algumas vezes podem ser apanhados comendo escondidos. Isto não invalida necessariamente o diagnóstico embora seja uma atitude suspeita.
Há dois tipos de pacientes com anorexia. Aqueles que restringem a alimentação e emagrecem e aqueles que têm episódios denominados binge. Nesses episódios os pacientes comem descontroladamente até não aguentarem mais e depois vomitam o que comeram. Às vezes a quantidade ingerida foi tão grande que nem é necessário induzir o próprio vomito: o próprio corpo se encarrega de eliminar o conteúdo gástrico. Há casos raros de pacientes que rompem o estômago de tanto comerem.

Qual o curso desta patologia?
A idade média em que surge o problema é 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam.
Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a auto-imagem distorcida. A internação para a reposição de nutrientes é recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.
Quem a anorexia costuma incidir?
As mulheres são largamente mais acometidas pela anorexia, entre 90 e 95% dos casos são mulheres. A faixa etária mais comum é a dos adultos jovens e adolescentes podendo atingir até a infância, o que é bem menos comum. A anorexia é especialmente mais grave na fase de crescimento porque pode comprometer o ganho esperado para a pessoa, resultando numa estatura menor do que a que seria alcançada caso não houvesse anorexia. Na fase de crescimento há uma necessidade maior de ganho calórico: se isso não é obtido a pessoa cresce menos do que cresceria com a alimentação normal.
Caso o episódio dure poucos meses o crescimento pode ser compensado. Sendo muito prolongado impedirá o alcance da altura geneticamente determinada. Na população geral a anorexia atinge aproximadamente 0,5%, mas suspeita-se que nos últimos anos o número de casos de anorexia venha aumentando. Ainda é cedo para se afirmar que isto se deva ao modelo de mulher magra como o mais atraente, divulgado pela média, esta hipótese está sendo extensivamente pesquisada. Para se confirmar se a incidência está crescendo são necessários anos de estudo e acompanhamento da incidência, o que significa um procedimento caro e demorado.
Até há bem pouco tempo acreditava-se que a anorexia acontecia mais nas sociedades industrializadas. Na verdade houve falta de estudos nas sociedades em desenvolvimento. Os primeiros estudos nesse sentido começaram a ser feitos recentemente e constatou-se que a anorexia está presente também nas populações desfavorecidas e isoladas das propagandas do corpo magro.